O olfato humano é pouco desenvolvido
se comparado ao de outros mamíferos. O epitélio olfativo humano contém cerca de
20 milhões de células sensoriais, cada qual com seis pêlos sensoriais (um
cachorro tem mais de 100 milhões de células sensoriais, cada qual com pelo
menos 100 pêlos sensoriais). Os receptores olfativos são neurônios genuínos,
com receptores próprios que penetram no sistema nervoso central.
A cavidade nasal, que começa a partir
das janelas do nariz, está situada em cima da boca e debaixo da caixa craniana.
Contém os órgãos do sentido do olfato, e é forrada por um epitélio secretor de
muco. Ao circular pela cavidade nasal, o ar se purifica, umedece e esquenta. O
órgão olfativo é a mucosa que forra a parte
superior das fossas nasais -
chamada mucosa olfativa ouamarela, para distingui-la da vermelha - que cobre a parte inferior.
A mucosa
vermelha é dessa cor por ser
muito rica em vasos sangüíneos, e contém glândulas que secretam muco, que
mantém úmida a região. Se os capilares se dilatam e o muco é secretado em
excesso, o nariz fica obstruído, sintoma característico do resfriado.
A mucosa
amarela é muito rica em terminações nervosas do nervo olfativo. Os dendritos das
células olfativas possuem prolongamentos sensíveis (pêlos olfativos), que ficam
mergulhados na camada de muco que recobre as cavidades nasais. Os produtos
voláteis ou de gases perfumados ou ainda de substâncias lipossolúveis que
se desprendem das diversas substâncias, ao serem inspirados, entram nas fossas
nasais e se dissolvem no muco que impregna a mucosa amarela, atingindo os
prolongamentos sensoriais.
Dessa forma, geram impulsos nervosos,
que são conduzidos até o corpo celular das células olfativas, de onde atingem
os axônios, que se comunicam com o bulbo olfativo. Os axônios se agrupam de
10-100 e penetram no osso etmóide para chegar ao bulbo olfatório, onde
convergem para formar estruturas sinápticas chamadas glomérulos. Estas se
conectam em grupos que convergem para as células mitrais. Fisiologicamente essa
convergência aumenta a sensibilidade olfatória que é enviada ao Sistema Nervoso
Central (SNC), onde o processo de sinalização é interpretado e
decodificado.
Aceita-se a hipótese de que existem alguns tipos
básicos de células do olfato, cada uma com receptores para um tipo de odor. Os
milhares de tipos diferentes de cheiros que uma pessoa consegue distinguir
resultariam da integração de impulsos gerados por uns cinqüenta estímulos
básicos, no máximo. A integração desses estímulos seria feita numa região
localizada em áreas laterais do córtex cerebral, que constituem o centro olfativo.
Imagens: GUYTON, A.C.
Fisiologia Humana. 5ª ed., Rio de Janeiro, Ed. Interamericana, 1981.
A mucosa olfativa é tão sensível que
poucas moléculas são suficientes para estimula-la, produzindo a sensação de
odor. A sensação será tanto mais intensa quanto maior for a quantidade de
receptores estimulados, o que depende da concentração da substância odorífera
no ar.
O olfato tem importante papel na
distinção dos alimentos. Enquanto mastigamos, sentimos simultaneamente o
paladar e o cheiro. Do ponto de vista adaptativo, o olfato tem uma nítida
vantagem em relação ao paladar: não necessita do contato direto com o objeto
percebido para que haja a excitação, conferindo maior segurança e menor
exposição a estímulos lesivos.
O olfato, como a visão, possui uma
enorme capacidade adaptativa. No início da exposição a um odor muito forte, a
sensação olfativa pode ser bastante forte também, mas, após um minuto,
aproximadamente, o odor será quase imperceptível.
Porém, ao contrário da visão, capaz de
perceber um grande número de cores ao mesmo tempo, o sistema olfativo detecta a
sensação de um único odor de cada vez. Contudo, um odor percebido pode ser a
combinação de vários outros diferentes. Se tanto um odor pútrido quanto um
aroma doce estão presentes no ar, o dominante será aquele que for mais intenso,
ou, se ambos forem da mesma intensidade, a sensação olfativa será entre doce e
pútrida.
Fonte: http://www.afh.bio.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário